terça-feira, 23 de agosto de 2011

Perfume

Estou com palavras grandes demais para conseguir tira-las de minha boca. Pesadas de tal forma, que meu coração não consegue suportar. Deixarei-as para trás.

A distância é como uma barreira que construímos, para que consigamos afastar toda dor. Nosso silêncio é como uma máscara que esconde nosso choro, para que possamos descansar e, finalmente, morrer de novo.

O murmúrio de seu perfume doce sempre ecoará em meu peito.

sábado, 13 de agosto de 2011

Cura

O único alívio para meu sofrimento, sem sentido e insano, é escrever. Como se, em 10 linhas, criasse força para sair deste caminho acidentado e de pedras soltas.

Na verdade, não acho que sejam as palavras que me ajudem, é como as invento. Me fazem lembrar de bons momentos. Cada letra conta uma história, como uma vitrola velha tocando Johnny Cash. Cada linha arranca uma recordação, devolvendo a força que me foi tirada.

Assim, aprendi a trazer de volta.

[...]

Você jamais terá algo de mim sem me levar por inteiro. Sei que estará num lugar melhor, mesmo assim, adoraria ver seu rosto.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Passagem

Estou passando por uma transição eloquente e talvez sem sentido. Aquilo que acredito, normalmente, não é o que faço. E, aquilo que faço, normalmente, é resultado do que acredito.


Então, por que parece tão difícil?Fazer o bem sem olhar à quem. O correto. O coeso. Busco em meus dias ser observador aos fatos e as pessoas, para agir com cautela e clareza. O que angustia, é que tropeço em mim mesmo, em erros que não são de agora.


Corrigir certas coisas são mais difíceis do que se pensa. Envolve controle, fé, coragem, força, determinação, ousadia, espírito e, ainda, luta. Busco o enlace disso tudo para atingir o objetivo que parece estar cada dia mais longe.


Dizem, ainda, que tento ser perfeito, correto demais. Começo a levar em consideração, apesar de não entender.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Teias de aranha

Ouço sereias cantando, chamando por mim. A voz é doce mas sei que o coração é vazio. Perguntei a um marinheiro se poderia construir um barco, um que naufragasse num abismo de escuridão e paz. Quero lá ficar, imóvel no escuro, para que suas buscas por mim sejam vãs.

Nos lugares onde quero encontrar força, me deito. Meu chão ainda está tenro. Me conte o que encontrarei aqui fora: o mar? o pôr o sol? o que deixou para mim? Meu teto está alto demais para que eu consiga limpar as teias de aranha.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Peso

Preciso admitir ser eu mesmo, buscar um caminho onde posso ser livre para caminhar. Não quero que esteja mais aqui, não quero ter que te carregar pro resto da vida.

Quero me livrar de pesos sem sentido, sorrir. E se o mundo abriu as portas com gozo, e eu vi, significa que não desisti de mim ainda. Já não me importo com as feridas que insistem em arder.

Em meu caminho vejo apenas subidas, sem descidas. Sem ideia de onde chegar, a esperança que cega se junta a realidade que me foi roubada.